Dando continuidade à nossa Série de postagens sobre calçadas reformadas e construídas recentemente.
Apesar de não ter sido mensurada, é visível que a faixa livre de circulação é estreitada. A árvore, no canto esquerdo da foto, diminui o espaço da passagem de pedestres. Mas como resolver este problema? Com planejamento, onde tanto a área verde quanto a acessibilidade devem co-existir em harmonia.
O piso desta calçada é revestido com pedra portuguesa. Este tipo de material necessita ter boa qualidade, ser bem assentado e possuir uma manutenção periódica. Com isso, a superfície revestida por pedra portuguesa torna-se adequada, o que não acontece neste trecho.
Ao longo do trajeto existem irregularidades, rachaduras e pedras soltas, oferecendo risco à segurança de QUALQUER pedestre.
Existe um canteiro próximo ao ponto de ônibus (lado esquerdo da calçada), protegido por uma mureta com quina viva, aumentando o risco de acidentes. Mesmo se estiver dentro da faixa de serviço, esta mureta pode oferecer perigo. Imaginem um pedestre, andando distraído por este trecho, tropeçar e cair sobre esta quina? Uma solução viável seria arredondar as quinas e pintar o canteiro de uma cor contrastante com a do piso.
Como mostra a foto, existe um ponto de ônibus à direita, mas não há NENHUMA sinalização tátil alertando que existe este ponto. Assim, como um deficiente visual irá adivinhar que existe este ponto de ônibus neste trecho?
O revestimento do piso também é feito de pedra portuguesa, com as mesmas características citadas acima, porém possui um menor número de irregularidades.
Rua Antônio Maria Coelho, quase esquina com Via Park
Esta calçada possui uma inclinação longitudinal considerável, porém não foi mensurada. A NBR9050 recomenda que a inclinação longitudinal das áreas de circulação exclusivas de pedestres seja de no máximo 8,33%. Quando o terreno for mais inclinado, a solução é a implantação de patamares de descanso, suavizando tanto a descida quanto a subida do trecho.
Calçada com piso tátil direcional e revestimento do piso adequado, já que é regular, firme, estável e antiderrapante. A largura da faixa livre não foi mensurada, porém, recomenda-se ter largura mínima de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m.
Logo no canto inferior da foto, nota-se que a faixa livre de circulação é mais larga e também possui piso tátil direcional. O revestimento do piso é firme, regular e antiderrapante.
Assim como na foto anterior, os postes e placas estão dentro da faixa de serviço (junto ao meio fio), não resultando em barreiras para os pedestres.
Existe área verde nesta calçada, contudo não foi avaliado se sua largura está interferindo na faixa livre de circulação.
O revestimento do piso continua adequado, porém existe uma composição de piso tátil de alerta e direcional com difícil interpretação. Não existe rebaixamento de guia neste local, e a faixa preta, ao lado do piso tátil de alerta mais próximo do meio fio, é uma grelha. Se o piso está indicando a presença da grelha, isso é desnecessário, pois, além de estar dentro da faixa de serviço, está nivelada com o piso e seus vãos estão adequados.
A instalação do piso tátil deve ser muito bem planejada, para deixar acessível e funcional a sua utilização. Caso contrário, acaba confundindo e atrapalhando a circulação dos deficientes visuais.
Rua Bahia, entre Rua 7 de Setembro e Rua 15 de Novembro
O piso da calçada é antiderrapante, mas apresenta inúmeras rachaduras. Em relação ao piso tátil direcional, ele é contrastante com o revestimento cinza, porém as faixas transversais de cerâmica possuem quase a mesma tonalidade. Com isso, uma pessoa com baixa visão terá dificuldade em distinguir o piso tátil da faixa transversal da calçada.
Ao fundo da foto existe um canteiro, protegido por uma mureta elevada, formando um desnível não sinalizado, além de possuir quina viva, aumentando o risco de acidentes. Novamente, por mais que esteja dentro da faixa de serviço, adequações básicas neste canteiro evitaria possíveis incidentes.
A faixa livre de circulação possui a largura mínima, não podendo ser mais estreita do que isso.
Novamente, piso tátil direcional com contraste apenas com o revestimento cinza, podendo ser confundido com as faixas transversais de cerâmica.
Apesar de o piso ser antiderrapante, está em mal estado de conservação, com pisos soltos, rachaduras e desníveis.
No trecho ao lado da árvore fica claro o estreitamento da faixa livre de circulação. Mais a frente, também estreitando a faixa, um canteiro protegido por muretas com quina viva.
Revestimento do piso do lote com mesmas características citadas anteriormente. Na transição entre os lotes existe um rebaixamento, com sinalização tátil de alerta. Entretanto, o piso tátil de alerta da calçada de cima está muito abaixo do rebaixamento, ou seja, quando um deficiente visual estiver trafegando por este trecho, detectará o alerta apenas no final do desnível.
A lixeira, no canto superior direito da foto, é um obstáculo suspenso (já que seu volume superior sobrepõe-se à sua base), devendo estar devidamente sinalizado com piso tátil de alerta.
Outro detalhe é a questão do estreitamento da faixa livre, tanto pela vegetação quanto pela lixeira, e esta última possui quinas vivas. Imaginem se uma criança passa distraída e colide contra uma quina destas!
Há piso tátil neste trecho, mas o revestimento desta calçada é trepidante, irregular e com inúmeros desníveis. Assim, fica muito difícil um deficiente visual diferenciar o piso tátil da calçada.
Visão lateral deste trecho da calçada, ilustrando uma grande inclinação transversal.
Calçada com piso tátil, porém o revestimento do piso adjacente apresenta rachaduras.
A inclinação transversal de calçadas não deve ser superior a 3%, porém a inclinação que está no centro da foto excede visivelmente este percentual.
Esta área é utilizada como entrada de uma garagem. Nesta situação, apenas a área da faixa de serviço (≥ 0,50m) deveria ser inclinada, mesmo excedendo os 3%, sendo suficiente para entrada e saída de veículos.
O excesso de inclinação transversal torna a circulação do trecho insegura e desconfortável, além de exigir um grande gasto energético.
No centro direito da foto, podemos observar um buraco na calçada, ao lado do muro do edifício, oferecendo risco a segurança de qualquer pedestre.
O revestimento desta calçada é antiderrapante, porém existem rachaduras e, no canto inferior desta foto, observamos um vão entre o piso tátil e o piso adjacente. Este vão, além de causar trepidação, pode fazer com que uma bengala fique enroscada, ou até um salto de sandália, podendo causar acidentes.
Na maior parte deste trecho, a faixa livre é garantida. Porém, notem como o canteiro da árvore é rebaixado em relação ao piso, formando um buraco. Mesmo estando nos limites da faixa de serviço, uma adequação simples nestes canteiros deixaria todo o trecho mais seguro.
Rua 7 de Setembro, esquina com Rua Bahia
Não foi avaliado, porém é visível que há inclinação transversal neste trecho (observem o canto esquerdo da foto). Entretanto, como não foi mensurada, não podemos afirmar que a inclinação excede os 3% admitidos.
Na esquina existe piso tátil de alerta, indicando a mudança de direção, observando que a placa à direita do piso não está interferindo na circulação dos pedestres.
Continuação do lote anterior, com piso tátil, porém o piso da calçada está em péssimo estado. Mesmo sendo de material antiderrapante, o revestimento está degradado, com piso e pedras soltas, rachaduras e desníveis, colocando em risco a segurança de QUALQUER pedestre.
Presença de sinalização tátil em continuidade entre os lotes. A largura do piso tátil direcional deve estar entre 0,20 m e 0,60 m. Na foto, os tamanhos estão diferentes, porém obedecendo a norma.
A presença de piso tátil de alerta (o menor) está apenas indicando o final deste lote e o início do outro, sinalização esta que não existe na NBR9050. O próximo piso tátil (o maior) está alertando para a presença de uma garagem, o que é correto.
Rua Maracaju, esquina com Rua Padre João Crippa
Nesta foto, podemos observar a continuidade do piso tátil entre os conseguintes lotes. A cor do piso tátil direcional está um pouco desbotada, mas ainda faz contraste com o piso adjacente.
O piso de alerta, no canto superior direito da foto, está indicando a presença de rebaixamento de guia.
O revestimento do piso da calçada, apesar de ser antiderrapante, está irregular, apresentando rachaduras.
Mesmo não sendo mesurada a faixa livre de circulação, é visível que neste trecho ela está adequada, mesmo comportando vegetação (canto superior direito da foto). Lembrando que a manutenção da vegetação deve ser periódica, para que não haja interferência na circulação de pedestres.
Nesta esquina, o revestimento da calçada segue o mesmo padrão descrito na foto acima, porém com um maior número de rachaduras.
O piso tátil de alerta indica a mudança de direção, porém há uma placa informativa rente ao piso. Esta placa deveria estar localizada dentro da faixa de serviço, e não ao lado do piso tátil.
Bem ao lado da mudança de direção existe uma tampa de caixa (de inspeção ou visita), a qual, além de não possuir superfície antiderrapante, está mais alta que o piso adjacente, formando um desnível. Esta situação pode provocar tropeços e quedas.
As laterais do piso tátil devem ter, no mínimo, 60 cm livres para o caminhar do deficiente visual. Lembrando que estas pessoas caminham ou na lateral do piso (fazendo a detecção do mesmo com a bengala) ou em cima deste (o que é, às vezes, desconfortável, já que o piso gera trepidação).
As grelhas, na lateral direita da foto, estão sem manutenção, com vários desnivelamentos.
Lote com o revestimento do piso antiderrapante, porém totalmente irregular, com inúmeras rachaduras e pisos soltos, além de haver lixo interferindo na faixa livre de circulação de pedestres.
No centro da foto, observamos o piso tátil direcional, mas o mesmo está interrompido por uma caixa de inspeção. A tampa da caixa não é antiderrapante, além de estar desnivelada com o piso adjacente.
No canto direito da foto existe uma mureta com quina viva, lembrando que o piso é trepidante e irregular, podendo ocorrer acidentes neste trecho.
Frederico Rios
Análises: Maria Alice Furrer
Fotos: Giuliano Lopes (23/07/2011)
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