30 de ago. de 2011

Como fazer uma denúncia por falta de acessibilidade



Irregularidades: onde e como denunciar

Você vai a um supermercado e nota que ele não reservou vagas de estacionamento às pessoas com deficiência. Ou então caminha pela cidade e observa que o piso tátil das calçadas foi assentado de maneira irregular. Ou, ainda, vai passear num shopping e percebe a inexistência de sanitários adaptados. Você acha que isso está errado? Sim, isso está errado e demonstra apenas alguns exemplos das inúmeras irregularidades encontradas todos os dias pelas pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que essas irregularidades podem (e devem) ser denunciadas aos órgãos responsáveis por oferecer, fiscalizar e zelar pela acessibilidade a todos os cidadãos.

Então, a partir de hoje, quando você se deparar com alguma irregularidade que comprometa a acessibilidade do local que você estiver visitando, bote a boca no trombone e denuncie!

Vamos aprender como? Segue abaixo a relação dos lugares onde você pode fazer a sua reclamação:


1) Prefeitura Municipal de Campo Grande

A Prefeitura Municipal é a principal responsável por fiscalizar a acessibilidade de prédios públicos e privados. Ela recebe as denúncias por meio dos telefones (67) 3314-3538 ou (67) 3314-9536. Para quem preferir formalizar a reclamação por escrito, pode protocolizar diretamente o documento na Divisão de Fiscalização e Licenciamento Urbanístico, situada na Central de Atendimento do Cidadão, 3º Andar, Sala 303. A Central de Atendimento está localizada na Rua Cândido Mariano, nº 2.655, em frente à Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande/MS.


2) Ministério Público Estadual

O órgão ministerial também recebe reclamações acerca da existência de barreiras que vedem a acessibilidade de locais públicos e privados. A 44ª Promotoria de Justiça, por meio de sua titular, Dra. Cristiane Barreto Nogueira Rizkallah, é a responsável para receber esse tipo de reclamação. Está situada na Rua da Paz, nº 134, em Campo Grande/MS, telefones (67) 3313-4675 e (67) 3313-4674.

À 44ª Promotoria de Justiça compete, dentre outras atribuições, orientar e tomar providências na defesa dos direitos individuais indisponíveis ou coletivos das pessoas com deficiência, tal como assegurar a acessibilidade com a eliminação de barreiras arquitetônicas e outras necessárias que restrinjam o acesso do cidadão com deficiência, fixando prazo razoável para adoção das providências cabíveis e promovendo, se necessário, as medidas administrativas ou judiciais adequadas.


Embora o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso do Sul tenha uma Comissão Permanente de Acessibilidade, o CREA/MS limita-se a realizar um trabalho de orientação aos profissionais da área por meio de palestras e seminários sobre o assunto. As reclamações e denúncias feitas no CREA/MS são enviadas a uma entidade conveniada, que procederá à fiscalização solicitada, mediante cobrança de honorários. A abertura de procedimento administrativo para averiguar a ética do profissional que descumpre as normas de acessibilidade é feita caso o dono da obra que se sinta prejudicado formalize o pedido perante o Conselho.

Recomenda-se que as denúncias feitas por escrito sejam instruídas com fotos e que se indique o local da irregularidade, a fim de que os fiscais responsáveis possam, de plano, detectar a infração, sem se furtar em tomar as providências necessárias a fim de sanar o problema.

Se você estiver fora de Campo Grande/MS, pode formalizar sua reclamação na prefeitura de sua cidade ou perante o órgão do Ministério Público atuante em sua comarca.

Além disso, você pode também registrar flagrantes de irregularidades por meio de fotos e enviá-las para publicação aqui no Blog Acessibilidade na Prática, pelo email acessibilidadenapratica@hotmail.com.

Não fique omisso. Há muita coisa a ser feita para que todas as pessoas possam ter garantidos os direitos constitucionalmente assegurados de ir e vir e da dignidade da pessoa humana. Faça sua parte. Denuncie!


Adriana Morales – Analista Judiciário do TRE/MS; graduada em Direito pela UFMS em 2006; especialista em Direito Constitucional pela Uniderp desde 2008.
Twitter: @dricamorales15


3 comentários:

  1. Ótimo post Adriana!!

    Com certeza todos nós podemos e devemos fiscalizar e denunciar, buscando o que é de direito!! Com as denúncias, podemos cobrar de maneira pacífica que os responsáveis fiscalizem as irregulares e tomem medidas cabíveis para cada situação!
    Denunciem!!
    Maria Alice

    ResponderExcluir
  2. Parabéns Adriana Morales!

    Não basta saber o que está errado, tem que saber também denunciar e esse post esclarece de forma completa como fazer uma denúncia!

    ResponderExcluir
  3. preciso de orientacao, tenho uma amiga que esta com problemas na faculdade por nao ter acessibilidade. banheiros etc. podem me auxiliar. madureira2007@yahoo.com.br, fico feliz em ter auxilio de vcs.

    ResponderExcluir