30 de jun. de 2011

Passeando pelo Mercado Municipal Paulistano

O Mercado Municipal Paulistano é um dos mais tradicionais pontos gourmet da cidade. Projetado pelo escritório do Arquiteto Francisco Ramos de Azevedo em 1926, o Mercadão foi inaugurado em 25 de janeiro de 1933. (Fonte: Site do Mercado Municipal Paulistano)


Na entrada do estacionamento do Mercadão, o qual é pago, perguntamos onde estavam dispostas as vagas reservadas e, seguindo as informações, logo as encontramos, já que as mesmas estavam devidamente sinalizadas e localizadas ao lado da entrada principal.

Apesar de não estar bem ilustrado nesta foto, existe um rebaixamento bem no centro da entrada, porém sem sinalização tátil. A sinalização visual, além de inadequada, está desgastada.


A vaga reservada é em 90º e sua sinalização horizontal conta com espaço adicional de circulação na lateral (faixas brancas ao lado da vaga, apesar de a NBR9050 especificar que estas faixas devem ser em amarelo).

Em relação à sinalização vertical, a placa atende as especificações de estacionamento fora de via pública, e conta ainda com informações adicionais (uso obrigatório de cartão comprovando que o veículo é autorizado, permitindo o uso da vaga reservada). Teoricamente, esta informação é repetitiva, pois a própria placa já tem esta informação, mas como sabemos que  a falta de respeito em relação ao uso de vagas reservadas para VEÍCULOS AUTORIZADOS ainda é falha, entendemos o reforço do uso de cartão. 


Presença de balcão de informação logo na entrada, porém o mesmo não permite aproximação frontal de um cadeirante, já que não possui área livre inferior. Além de a altura ser excessiva, comparem com o Scooter elétrico ao lado. Será que um cadeirante alcançaria os folhetos que estão em cima do balcão? A sinalização visual do balcão está com bom contraste de cores e a letra permite boa visualização.

Na área ao redor existem degraus, rebaixamentos e escada rolante, porém todas sem sinalização tátil e visual. 


A maioria das bancas do Mercadão, para serem acessadas, é necessário passar por degraus, porém não existe rebaixamento. Notem que a senhora no centro da foto está passando pela aba lateral do rebaixamento que dá acesso ao corredor lateral e não às bancas, e neste espaço não há possibilidade de entrar com uma cadeira de rodas ou andador, por exemplo.


Não há possibilidade de o cadeirante utilizar este espaço das bancas, já que não há um local acessível para passar pelo degrau, além de ser uma área estreita.

A falta de acessibilidade nestes setores dificulta muito a escolha dos produtos, onde o cadeirante faz suas escolhas de “longe”. Além disso, este degrau não possui nenhum tipo de sinalização, arriscando a segurança dos que por ali transitam.



Não circulamos por todos os corredores do Mercadão, mas os que visitamos permitem uma livre circulação, sem barreiras e ou obstáculos. O revestimento da superfície do piso das áreas pelas quais percorremos são regulares, antiderrapantes e firmes, porém as sinalizações táteis e visuais para alertar desníveis e obstáculos são falhas ou inexistentes. 


Como foi dito anteriormente, existe um rebaixamento na entrada do Mercadão, porém o mesmo não possui sinalização tátil e visual adequadas, assim como o meio fio da calçada. Notem na foto que não há contraste de cores, dificultando a delimitação visual de onde começa e termina os desníveis. E sem a sinalização tátil, ocorrerá falta de delimitação e identificação destes desníveis para deficientes visuais.


Concluindo

A edificação do Mercadão Municipal de São Paulo é muito antiga. Logo, para torná-la acessível, devem ser realizados alguns ajustes.  Entretanto, se compararmos com muitos ambientes construídos recentemente, o Mercadão tem uma acessibilidade até que razoável.

Mesmo nossa análise sendo superficial, pois estávamos a passeio, acreditamos que com algumas reformas, melhor sinalização e pessoas treinadas para atender a diversidade dos consumidores existentes, este local irá se tornar mais acessível e agradável a TODOS os visitantes (idosos, turistas, cegos, anões, cadeirantes e outras pessoas com dificuldade de locomoção).


Maria Alice Furrer

Fotos: 11/04/2011

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